PEC do CNJ volta à pauta do Senado em 2012

31/01/2012 - 19h11

PEC do Conselho Nacional de Justiça volta à pauta do Senado em 2012

Uma das matérias mais aguardadas para este ano no Senado é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 97/2011, conhecida como PEC do CNJ. A proposta, de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), tem o objetivo de tornar mais claras as competências do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Corregedoria Nacional de Justiça. A matéria está em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e tem o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) como relator.

O assunto ganhou força no final do ano passado, quando decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o poder originário de investigação do CNJ contra magistrados, determinando que o órgão só atue após as corregedorias locais. A decisão foi criticada por vários senadores em discursos no Plenário nas últimas sessões de dezembro.

Na última sessão da CCJ de 2011, Demóstenes pediu para que a PEC fosse votada, a fim de devolver ao CNJ o poder pleno para investigar magistrados. No entanto, requerimento para a realização de audiência pública sobre o tema, com participação da corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, acabou provocando o adiamento da discussão para 2012. Segundo o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a matéria será votada assim que for realizada a audiência, da qual devem participar ex-ministros do STF e representantes de entidades dos magistrados.

Atuação

A PEC, explica Demóstenes Torres, esclarece que o CNJ tem poderes para processar juízes, desembargadores e até ministros de tribunais superiores que cometem improbidade. Pela proposta, o CNJ poderá atuar de ofício ou mediante provocação de qualquer pessoa e poderá impor penas como remoção, advertência, censura, disponibilidade e aposentadoria com proventos proporcionais.

Na justificativa do projeto, o autor lembra que o CNJ foi criado em 2004, por meio de proposta de emenda à Constituição, e instalado em 2005, com a finalidade de exercer o controle administrativo e financeiro do Poder Judiciário. Na avaliação do senador, compete ao CNJ "receber e julgar as reclamações e não aguardar que um tribunal julgue". Demóstenes também diz que a manifestação do Congresso Nacional, por meio da PEC, vai deixar claro que a competência do CNJ é concorrente e não subsidiária. Seria, assim, uma forma de garantir a competência de julgamento do conselho, independentemente de outra instância.

Demóstenes ainda destaca a atuação "firme e proativa" do CNJ e afirma que o conselho tem se portado como "parceiro fundamental" do Executivo e do Judiciário, principalmente no campo das políticas públicas. O senador também elogia a Corregedoria Nacional de Justiça e lembra que o órgão já propôs, desde a sua criação, mais de 30 processos administrativos disciplinares, 200 sindicâncias, mais de 4 mil reclamações disciplinares, além de ter recebido cerca de 10 mil reclamações por excesso de prazo.

 

Tércio Ribas Torres / Agência Senado

Notícias

Quando o anticoncepcional falha

Quando o anticoncepcional falha (25.02.11) O TJ de Santa Catarina decidiu que uma indústria Germed Farmacêutica Ltda. deve continuar pagando pensão de um salário mínimo mensal - mesmo enquanto apelação não é julgada - a uma mulher da cidade de Navegantes que teria engravidado apesar de utilizar...

Credores não habilitados

Extraído de AnoregBR Concordatária tem direito ao levantamento de valores que estão depositados à disposição de credores não habilitados Sex, 25 de Fevereiro de 2011 13:53 A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a empresa Ferragens Amadeo Scalabrin Ltda. tem direito ao...

Direito de Família

  Leis esparsas e jurisprudência geram novas tendências Por Caetano Lagrasta   O Direito de Família é atividade jurídica em constante evolução, ligada aos Costumes e que merece tratamento diferenciado por parte de seus lidadores. Baseado no Sentimento, no Afeto e no Amor, merece soluções...

É válida escuta autorizada para uma operação e utilizada também em outra

24/02/2011 - 10h16 DECISÃO É válida escuta autorizada para uma operação e utilizada também em outra Interceptações telefônicas autorizadas em diferentes operações da Polícia Federal não podem ser consideradas ilegais. Essa foi a decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao...

Estatuto da família

  Deveres do casamento são convertidos em recomendações Por Regina Beatriz Tavares da Silva   Foi aprovado em 15 de dezembro de 2010, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, um projeto de lei intitulado Estatuto das Famílias (PL 674/2007 e...

Casal gay ganha guarda provisória de criança

Extraído de JusBrasil Casal gay ganha guarda de menino no RGS Extraído de: Associação do Ministério Público de Minas Gerais - 1 hora atrás Uma ação do Ministério Público de Pelotas, que propõe a adoção de um menino de quatro anos por um casal gay, foi acolhida ontem pela juíza substituta da Vara...